Disfunção da ATM (DTM) é a expressão mais comumente usada no meio odonto-médico para referir-se a um problema nas Articulações Têmporo-Mandibulares. Segundo o Aurélio, disfunção refere-se a algo que funciona de maneira anômala ou alterada e, portando, se usarmos este termo para os problemas da ATM estaremos apenas dizendo que há alguma alteração na função da ATM. Mas que alteração é essa? Que doença a provocou? Como pode ser medida e monitorada durante um tratamento? É possível reverter?

Por ser um termo muito genérico, que não descreve nenhuma doença em específico e,  não define um diagnóstico em si, prefiro a expressão artropatia temporomandibular, do grego arthros,  que significa articulação e pathos, doença, pois esta se refere melhor às doenças que afetam a ATM, exemplo:  artropatia traumática, artropatia autoimune, etc.

Assim adoto também a expressão PATOLOGIA DA ATM, que se refere ao estudo das artropatias que provocam as disfunções e que, dado aos avanços da odontologia contemporânea,  podem ser identificadas e tratadas.

O termo patologia etmologicamente deriva do grego pathos, sofrimento, doença, e logia, ciência, estudo, ou seja é o estudo das doenças em geral ou sob determinados  aspectos, como é o caso da expressão patologia da ATM, que se refere à ao estudo das doenças que afetam esta articulação do corpo humano.

Entender essa diferença não é apenas uma questão de semântica! Nem de substituir uma expressão pela outra. É, antes de tudo,  uma mudança de pensamento em relação à forma de se diagnosticar e tratar as enfermidades que afetam a ATM! Por quê? Explico:

Devido à grande variedade de correntes ideológicas, chamadas de escolas, que atuam na área da ATM, diferentes conceitos foram criados para definir o que é e o que deixa de ser uma disfunção da ATM (DTM), de modo que dentre todos os sinais e sintomas provocados pelas doenças têmporo-mandibulares, o que passou a ser mais associado à existência da enfermidade foi a presença da DOR. Assim, rotineiramente muitos pacientes deixam de ter o diagnostico efetuado porque simplesmente não apresentam dor! Embora uma avaliação mais cuidadosa revele a presença de outros sinais e sintomas.

É preciso lembrar que uma ATM afetada por uma doença pode passar por momentos de ausência da dor sem que, no entanto, a enfermidade deixe de continuar em andamento, aliás, esse vai-e-vem da dor é muito comum. Vale lembrar que a dor é algo completamente subjetivo, influenciada por muitos fatores biopsicossociais e, portanto, não pode ser o indicador mais confiável  para diagnosticar uma “disfunção da ATM”.

Por este motivo usamo a expressão patologia da ATM, pois nos referimos ao estudo e à investigação da doença que provocou a disfunção com seus variados sinais e sintomas e estaremos tratando não apenas a conseqüência, a disfunção em si, mas a causa, a doença propriamente dita.