Embora não seja um sintoma comum  de problemas relacionados à articulação temporomandibular (ATM),  a dor na região da pirâmide nasal é cada vez mais frequente no consultório e pode trazer muito sofrimento ao paciente e muitas dúvidas para o profissional que tenta  tratar o problema. Mas de onde vem essa “dor no nariz”?

Descartados outros problemas de natureza otorrinolaringológica,  a dor na pirâmide nasal vai estar relacionada a distribuição de forças sobre a maxila,  por conta de questões relacionadas à biomecânica e neurofisiologia da ATM. 

Em situações onde, fisiologicamente, a mandíbula possui funcionamento mais anterior que o ponto final de oclusão dentária,  normalmente por características relacionadas a artrocinética temporomandibular,  haverá uma tendência de pressão  na maxila, por parte da mandíbula,  de modo a  gerar um estresse mecânico em direção aos ossos da pirâmide nasal, seguindo  as linhas  de fratura de Le Fort II. Algo muito similar, já foi demonstrado em modelos finitos ao se gerar uma pressão na maxila utilizando-se máscaras de tração ortodôntica.

Outros sintomas que podem frequentemente estar associados a este problema são dores cervicais e cefaleia tensional. 

Portanto, em situações onde há esse tipo de sintoma é importante avaliar funcionalmente a mandíbula, especialmente no plano sagital, para que sejam identificados os fatores como os descritos acima, o que implica uma avaliação de Patologia da ATM, com triagem neurofisiológica apropriada.