Ontem, 09 de outubro de 2013, a ANVISA emitiu oficialmente um posicionamento reconhecendo a relação entre o uso de  bifosfonatos e osteonecroses mandibulares.  Confira alguns trechos:

Os bisfosfonatos são análogos sintéticos de um regulador endógeno da mineralização óssea. Eles diminuem potencialmente a reabsorção. Essa classe de medicamentos é utilizada para o tratamento e prevenção de distúrbios ósseos, incluindo hipercalcemia, bem como para a prevenção de problemas ósseos em doentes com cancro, tratamento de osteoporose e doença de Paget. Representam a primeira escolha para a prevenção secundária e tratamento da osteoporose. (…) Estudos recentes associam possíveis fatores de risco para fraturas femorais atípicas à utilização por longo prazo dos bisfosfonatos, bem como a possibilidade de ocorrência de osteonecrose mandibular relacionada ao uso dos mesmos. Em março desse ano, essa  reação adversa foi citada no Boletim Brasileiro de avaliação de Tecnologias de Saúde (BRATS, nº21, ano VII).”

No entanto não há motivo pânico por parte de quem toma este tipo de medicamento, a ANVISA recomenda aos pacientes  que comuniquem imediatamente ao seu médico qualquer sintoma ou reação adversa durante o tratamento tais como dores nos maxilares, dores articulares, feridas e  úlceras  bucais que não cicatrizam.

Aos profissionais de saúde, a ANVISA recomenda acompanhar cuidadosamente os pacientes em tratamento com bifosfonatos e, caso identifiquem alguma lesão compatível, notifiquem a Vigilância Sanitária pelo link: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm

Para quem trabalha com DTM, é importante saber alguns casos de osteonecrose associada a bifosfonatos tem sido reportado  em região de ATM.  Isso implica em saber diferenciar, embora nem sempre seja uma tarefa fácil, uma necrose óssea medular de origem em um bifosfonato de uma provocada por  infecções, doenças auto-imunes e outras condições patológicas.

Por exemplo, a imagem abaixo mostra uma necrose de côndilo em um paciente que NÃO faz uso de bifosfonatos:

Desarranjo interno e processo degenerativo na ATM de origem infecciosa.

Situações como essas são muito importantes de serem identificadas e serão discutidas no 2º Curso de diagnóstico por imagem nas disfunções e patologia da ATM, dias 21 e 22 de novembro de 2013

Vejam o informe da ANVISA na íntegra aqui: Informe SNVS/Anvisa/Nuvig/GFARM nº 07 , de 09 de outubro de 2013