Algumas pessoas apresentam  sintomas de uma DTM, como estalos, dor ou discreto desconforto na ATM, mas deixam de se tratar corretamente porque, simplesmente, tomou uma analgésico/antiinflamatório e a dor passou, não dando mais atenção ao assunto. Entretanto, quando o quadro de dor retorna com força total, a situação fica pior e, na maioria das vezes, mais difícil de ser tratada. Aqui pelo blog, há muitos comentários assim, como este por exemplo: Comentário

Bom, se esse é o seu caso e o dentista que você procurou cumpriu com as obrigações dele quanto ao diagnóstico e você desistiu do tratamento é preciso encarar a realidade (mesmo que isso incomode): trata-se de uma negligência da própria saúde! E nesse caso, o único responsável pode ser, adivinhe quem? VOCÊ!

O que eu percebo é que em casos assim, o comportamento não costuma ser intencional, mas simplesmente investir tempo e dinheiro em um tratamento da ATM não está na lista de proiridades da maioria das pessoas. Entretanto, a depender do diagnóstico, a natureza pode cobrar os custos dela e isso ocorre na forma de um agravamento do problema.

No passado, se acreditava que as disfunções da ATM eram autolimitadas, isto é, desapareciam sozinhas com o tempo, mas esse pensamento não durou muito, por dois motivos: 1) descobriu-se que os sintomas costumam ser flutuantes, alternando episódios de crises com períodos de “silêncio” da dor, sendo este confundido com uma melhora do problema, especialmente se o paciente, por coincidência, tiver tomado algum remédio nesta mesma época e 2) a quantidade de pessoas da terceira idade que se apresentam nos consultórios de profissionais da área com queixas de dor e outros distúrbios da ATM com  mais de 20, 30 ou 40 anos de  sofrimento do problema.

Ora, se fosse autolimitante, a atitude das pessoas que negligenciam o tratamento não traria maiores problemas, no entanto, considerando a natureza progressiva das patologias da ATM, negligenciar o tratamento pode comprometer os resultados principalmente por deixar passar a oportunidade de tratar o problema no início, antes do agravamento dos danos articulares.

No dia a dia do consultório, os profissionais da área (eu incluso) se  deparam com pacientes que fizeram um consulta, não ficaram para um tratamento e sumiram em seguida. Anos depois, reaparecem procurando auxílio e , na maioria das vezes, estão em pior condição de saúde. Nestas situações, eventualmente, precisamos informar o paciente de que os recursos disponíveis à época da primeira consulta já não são mais aplicáveis ou possuem indicação limitada, restando poucas opções de tratamento e menor possibilidade de um resultado satisfatório.

Portanto fiquem espertos, se seu problema envolve um dano estrutural que não irá se resolver espontaneamente, não confie na flutuação do sintoma “dor”, ela pode melhorar num momento e piorar em outro! Converse com seu dentista sobre as implicações do seu diagnóstico e as expectativas com relação ao problema, o prognóstico, e não dê bobeira: você é o maior responsável pela sua saúde!

Boa sorte!